Camaquã apresentou uma redução expressiva de mortes violentas em 2023. Nos últimos 12 meses, o município registrou apenas seis casos. O balanço dos indicadores criminais de todos os municípios do Rio Grande do Sul em 2023 foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) nesta quinta-feira (11).
Entre 2021 e 2022, Camaquã enfrentou uma onda de assassinatos - muitos deles relacionados com o tráfico de drogas. Enquanto que em 2021 o município contabilizou 16 mortes violentas, no ano seguinte foram 15 ocorrências envolvendo homicídio, suicídio, acidente ou morte suspeita. Informações apuradas pela equipe de jornalismo do Grupo Blog do Juares de Comunicações apontam uma redução de 62,5% no indicador de 2021 para 2023 e de 60% entre 2022 e o ano passado.
Relembre
No dia 2 de janeiro de 2023, um homem de 46 anos foi esfaqueado durante um desentendimento na Vila do Fáia, Banhado do Colégio Núcleo 3. Outras três pessoas também ficaram feridas. Adeir Silveira Alencastro, mais conhecido como “Xuxa”, acabou falecendo a caminho do hospital.
O mês de março foi um dos mais violentos em Camaquã. Conforme o levantamento, o município registrou duas mortes em quatro dias.
Richer Ulguim Centeno, mais conhecido como “Basculante”, foi assassinado a tiros em uma residência no bairro Bom Sucesso no dia 4. Dois homens teriam invadido o imóvel onde estava a vítima, e efetuado disparos de pistola calibre 9mm contra o alvo, que morreu no local. Basculante tinha 79 processos vinculadas ao nome dele. O homem respondia por crimes contra o patrimônio, furto, roubo, extorsão, tentativa de homicídio, dentre outros, nas comarcas de Camaquã, Barra do Ribeiro, Pelotas, Jaguarão, São Leopoldo e Porto Alegre.
Na noite de 7 de março, Luiz Fernando de Ávila Lima, de 35 anos, foi morto com pelo menos 15 disparos de arma de fogo no bairro Getúlio Vargas. O crime ocorreu em via pública, por volta das 22h30. Segundo a Polícia Civil, ele tinha antecedentes criminais por furto a residência.
Em 29 de julho, um homem de 54 anos foi encontrado morto nas proximidades de um mercado na Rua Marcírio Dias Longarai, no bairro Olaria. Ele foi assassinado a tiro e facadas por um outro homem com o qual tinha desavenças. A vítima não teve a identidade divulgada pela polícia.
O último homicídio de 2023 em Camaquã ocorreu na madrugada de 6 agosto, em frente a um bar na Rua Capitão Adolfo Castro, no centro da cidade. A vítima foi Jackson da Silva Fagundes, de 27 anos, o "Jaquinho".
Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil, testemunhas relataram que Jackson e o suspeito de ter cometido o crime teriam discutido dentro do banheiro do estabelecimento comercial. Após a discussão, já em via pública, o criminoso efetuou um disparo de arma de fogo contra a vítima, que foi encaminhada para o Hospital Nossa Senhora Aparecida (HNSA), mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O latrocínio que aparece como a sexta morte violenta no município trata-se de uma mulher de 51 anos encontrada morta com um tiro no rosto na zona rural do município em 26 de agosto. O nome da vítima não foi divulgado. Agosto terminou sendo o segundo mês mais violento em Camaquã no ano passado.
Em compensação, não houve notificação de mortes violentas no município nos meses de fevereiro, abril, maio, junho, setembro, outubro, novembro e dezembro.
Aumento nos crimes de posse e tráfico de drogas
O crime de furto lidera a lista de ocorrências mais registradas em Camaquã no ano passado: 633 casos notificados. Já o estelionato, que aparece em segundo lugar, se mostrou em queda significativa no decorrer de 2023. Foram 441 ocorrências em 2022 contra 344 no ano passado (redução de 21,9%).
Em contrapartida, os crimes de posse e tráfico de drogas apresentaram aumento no município. Em 2022, Camaquã teve 113 ocorrências de posse de entorpecentes, que saltaram para 162 no ano passado (aumento de 43,36%). Já os casos de tráfico pularam de 67 em 2022 para 129 em 2023 (aumento de 92,53%).
Confira os indicadores criminais de 2023 em Camaquã:
Homicídio doloso: 5
Total de vítimas de homicídio: 5
Latrocínio: 1
Furtos: 633 (dos quais 29 foram abigeato)
Furtos de veículos: 26
Roubos: 52
Roubos de veículos: 7
Estelionatos: 344
Delitos relacionados à armas e munições: 40
Posse de drogas: 162
Tráfico de drogas: 129
Vítimas de latrocínio: 1
Vítimas de lesão corporal com morte: 0
Total de vítimas de mortes violentas: 6
Dados no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul encerrou 2023 com o menor número de crimes contra a vida da série histórica, iniciada em 2010. Com as quedas dos indicadores em dezembro, o acumulado manteve a curva descendente verificada ao longo dos meses e fechou 2023 com 1.981 crimes violentos letais intencionais (CVLI), queda de 6,3% em comparação a 2022. Esta é a primeira vez, desde 2010, que o Estado encerra o ano com menos de 2 mil vítimas de CVLI.
No acumulado de 2023, o Estado teve uma queda de 7% nos homicídios. Os latrocínios mantiveram a redução que vinham apresentando no acumulado, diminuindo 24,5% no ano – o menor número da série histórica.
Seis meses após a implementação da primeira tornozeleira eletrônica no âmbito do Programa de Monitoramento do Agressor, o Estado encerrou 2023 com redução de 21,6% no índice de feminicídio em comparação a 2022.
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Tabelas completas na página de estatísticas do site da SSP
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