Política

Dívida do governo do RS com precatórios atinge R$ 15,7 bi

Apesar do volume expressivo, montante indica estabilização em relação a 2018. No Estado, são 60,2 mil títulos na fila

Compartilhe:
12/08/2019 - 10h18min Corrigir

Motivo de angústia para milhares de credores, a dívida do Estado com precatórios voltou a crescer, mas em ritmo menor do que no último ano. Em julho, incluindo débitos já registrados para pagamento no orçamento de 2020, o passivo atingiu a marca de R$ 15,7 bilhões, quase quatro vezes o valor previsto para a saúde em 2019. São 60,2 mil títulos à espera de quitação, 2,9 mil a mais do que no ano passado.

Em termos reais (descontada a inflação), o montante avançou 1,5% em relação a 2018, quando a variação foi de 19% na comparação com 2017. A queda no percentual indica, na avaliação da juíza Alessandra Bertoluci, coordenadora da Central de Conciliação e Pagamento de Precatórios do Tribunal de Justiça (TJ), que o passivo começa a se estabilizar. 

O resultado é atribuído a um conjunto de fatores, desde a redução gradativa da onda de sentenças decorrentes das leis Britto até os acordos de conciliação e compensação firmados pelo governo. 

Apesar disso, as preocupações diante do saldo devedor persistem. Por exigência da emenda constitucional nº 99, de 2017, a conta precisa ser zerada até 2024. 

Em razão da crise nas finanças, o governo do Estado vem destinando, desde 2010, o equivalente a 1,5% da receita corrente líquida (RCL) para atender precatoristas, o que dá em torno de R$ 50 milhões por mês. Nesse ritmo, ressalta Alessandra, o débito será liquidado somente em 2045.

— Mesmo que a dívida pare de crescer na velocidade registrada em anos anteriores, o que é uma boa notícia, temos um desafio enorme pela frente. A PGE (Procuradoria-Geral do Estado)vem fazendo um bom trabalho, mas o governo precisa, de alguma forma, ampliar os valores. É importante lembrar que não estamos falando apenas de números, mas de pessoas. Muita gente aguarda o dinheiro há anos — argumenta a juíza.

Em janeiro, com base em resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o presidente do TJ, Carlos Eduardo Zietlow Duro, determinou o aumento dos repasses estaduais para R$ 240 milhões mensais. Sem recursos suficientes em caixa, o governador Eduardo Leite não atendeu à exigência. 

No mesmo dia, a PGE pediu a suspensão da medida junto ao Supremo Tribunal Federal e obteve liminar favorável. De lá para cá, não ocorreram mais sequestros, e os valores seguem os mesmos. 

A situação preocupa o vice-presidente da Comissão de Precatórios da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB-RS), Ricardo Bertelli, que também é assessor jurídico do Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Rio Grande do Sul (Sinapers). Como alternativa, Bertelli aponta duas saídas: o reforço na Câmara de Conciliação, que negocia a quitação de títulos com deságio de 40%, e a busca de empréstimo por parte do Piratini.

— A emenda nº 99 autoriza o Estado a fazer financiamento para pagar a dívida, mas, até agora, não tive conhecimento de qualquer esforço nesse sentido. A realidade é que os precatórios nunca foram prioridade para nenhum governo, tanto que a resolução do problema vem sendo adiada há anos — lamenta Bertelli.

MAIS NOTÍCIAS

SUPER SÃO JOSÉ
FUNERÁRIA CAMAQUENSE
TBK INTERNET
COMERCIAL EM INGLÊS BLOG DO JUARES
AABB
CÂMERAS
FUNERÁRIA BOM PASTOR
COMERCIAL BLOG DO JUARES
Mais Lidas
SUPER SÃO JOSÉFUNERÁRIA CAMAQUENSETBK INTERNETCOMERCIAL EM INGLÊS BLOG DO JUARES
AABBCÂMERASFUNERÁRIA BOM PASTORCOMERCIAL BLOG DO JUARESAFUBRA MAIO 2024