As eleições brasileiras são as mais caras do mundo. Em 2020, o Fundo Especial de Financiamento de Campanha custará aos cofres públicos mais de R$2 bilhões. Além dos riscos de realizar eleições durante a pandemia causada pela covid-19, a unificação dos pleitos municipais, estaduais e federais em 2021 economizaria recursos da união gastos em transporte, estruturas, urnas eletrônicas, entre outros. Para o prefeito de São Lourenço do Sul, Rudinei Härter, “o ideal seria realizar eleições a cada cinco anos, sem reeleição para as funções executivas – prefeito, governador e presidente.”
Além da economia de recursos da união, para Härter a eleição a cada cinco anos otimizaria os serviços do poder executivo em todas as esferas. Os governos federal e estadual não trabalham em sinergia com o governo municipal, pois o início das gestões são desencontradas. “As eleições unificadas permitiriam que o presidente, governadores e prefeitos conhecessem a máquina pública juntos, e trabalhassem em sintonia também juntos”, diz Härter.
Em vinte anos, seriam realizadas dez eleições com o sistema antigo – já no novo sistema ocorreriam quatro eleições. Levando em consideração de que neste ano o Fundo Especial de Financiamento de Campanha é de R$2 bilhões e de que a média de aumento é de cerca de 43% a cada eleição, no sistema atual seriam gastos mais de R$145 bilhões dos cofres públicos. Já em um sistema unificado, com eleições a cada cinco anos, a previsão de gastos, levando em conta os anos eleitorais anteriores e a média de aumento a cada eleição, é de cerca de R$29 bilhões. A possível economia então seria de R$115 bilhões que poderiam ser investidos em outras áreas – principalmente no Sistema Único de Saúde, que se mostrou muito mais frágil do que imaginávamos após a deflagração da pandemia da covid-19 no Brasil.