Cultura

Chico Diabo: o camaquense que matou um ditador na Guerra do Paraguai

Feito de Chico Diabo, como era conhecido, pôs fim à Guerra do Paraguai, matando o ditador Solano López

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09/03/2019 - 14h06min G1 / Daniel Larusso e Juares da Luz / Blog do Juares / Foto: Ilustração Corrigir

Na história brasileira, ele é tratado como herói. Em território paraguaio, no entanto, é vilão e assassino. São visões distintas sobre o cabo José Francisco Lacerda, responsável pela morte do ditador Solano López, em 1870, durante a Batalha de Cerro Corá, na Guerra do Paraguai. Chico Diabo, como era conhecido, avançou sobre os inimigos e desferiu um golpe fulminante de lança em Solano, encerrando o conflito, que completa 150 anos.

Nascido em Camaquã, em 1848, Lacerda ganhou o apelido de “diabinho” da própria mãe quando ainda era adolescente. Aos 15 anos, teve de se mudar com os pais para Bagé, na Região da Campanha. Dois anos depois foi convidado pelo coronel Joca Tavares para integrar o contingente dos “Voluntários da Pátria” que lutariam na Guerra do Paraguai.

Parte da história conta que Chico Diabo teria trabalhado como açougueiro em São Lourenço do Sul, levando a crer que foi ali que aprendeu o manuseio da faca com o seu patrão, que era um italiano que fazia embutidos de carne.  Acredita-se que ele deve ter morado na localidade de Boqueirão, pois foi ali que iniciou a civilização de São Lourenço do Sul.

Chico Diabo ficou com uma faca de ouro e prata de Solano López. Por coincidência, a arma tinha as mesmas iniciais do seu nome: FL. Como recompensa, recebeu cabeças de gado e teve seu nome popularizado com a quadrinha “o cabo Chico Diabo, do diabo Chico deu cabo”.

Na Guerra do Paraguai, Chico, que já era cabo, comemorou por haver matado, na Batalha de Cerro Corá, o ditador Francisco Solano López, com um certeiro golpe de lança na virilha.

Segundo o que a história conta, o golpe foi aparentemente fatal, embora, na seqüência, o soldado gaúcho João Soares, tenha alvejado López com um tiro de revólver.

Chico faleceu em 1893 no Uruguai. Anos depois seus restos mortais foram recolhidos pela família no país vizinho e novamente enterrados no Cemitério da Guarda, em Bagé. O jazigo recebe cuidados até hoje e representa uma grande atração turística da cidade. A história da lança usada para matar Solano López está exposta no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

 

Jazigo de Chico Diabo fica no Cemitério da Guarda,
em Bagé (Foto: Cristian Leivas)

Atualizado às 18h49

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