De acordo com dados do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), a chuva prevista para o inverno deste ano não deve ser suficiente para recuperar o nível dos reservatórios de água destinados à irrigação da próxima safra de arroz no Rio Grande do Sul. “Há locais que precisam de mil milímetro de água para chegar ao nível máximo até setembro, o que dificilmente acontecerá”, afirmou Ricardo Kroeff, engenheiro agrônomo do Irga.
No mês passado, houve precipitação acima da média e há previsões similares para junho e julho. Todavia, para reverter o quadro dos baixos níveis das bacias hidrográficas gaúchas, seria necessário chover na mesma proporção até outubro, de acorco com a meteorologista do Irga, Jossana Cera. Mas a previsão não é nada animadora, já que em agosto, as chuvas já devem diminuir. Ainda assim, ambos os técnicos apontam que a chuva deve resolver parte do problema gerado pela seca.
O Estado enfrenta uma severa estiagem desde o final do ano passado, sendo intensificada no começo de 2020. A falta de chuvas prejudicou o cultivo de diversos grãos em solo gaúcho. No entanto, não afetou a colheita do arroz, que foi a maior registrada desde a safra de 1921/1922. Até o momento, 405 municípios do RS decretaram situação de emergência por conta da falta de chuva, sendo que desse total, 367 foram homologados pelo Governo do Estado e 364 também tiveram reconhecimento por parte da União.