Rural

Premiações da Expointer impulsionam as vendas de animais e material genético

Em 2021, o criatório Charolês Figueira alcançou as duas rosetas mais importantes da competição, entre elas a Grande Campeã fêmea

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02/09/2022 - 14h50min Corrigir

As rosetas, também conhecidas como escarapelas, são as premiações concedidas para os animais que vencem as provas da Expointer. Ao todo, a feira distribui 14 tipos de rosetas coloridas, sendo 13 tradicionais e uma especial, por menção honrosa, branca. As cores e o nível de detalhamento do adereço identificam a posição do animal vencedor e a competição – quanto mais elaborado e colorido, mais importante é o título conquistado.

Apesar de os proprietários das cabanhas vencedoras não receberem premiações em dinheiro, as rosetas são muito disputadas, simbolizando a vitória dos animais expostos e avaliados nos Campeonatos de Categoria, Campeonatos e Grandes Campeonatos. O prestígio está relacionado ao retorno financeiro, com venda direta e de material genético, e ao reconhecimento de ter entre os animais da cabanha um Grande Campeão premiado em uma das maiores feiras agropecuárias da América Latina.

Para chegar aos ganhadores das rosetas, são analisados diversos critérios nos julgamentos, como o sistema reprodutor feminino e masculino, o aprumo, o tamanho e a caminhada, de maneira a definir os Grandes Campeões de cada raça. O reconhecimento dos jurados e de técnicos capacitados para fazer a classificação confere um atestado de qualidade para a cabanha, que se soma aos demais atestados que os animais têm (sanitários, reprodutivos e de avaliação genética) para atribuir maior valor.

Vitrine para a genética gaúcha

Participante desde a primeira edição da Expointer, o criatório Charolês Figueira acumula diversas premiações de Grande Campeão. As atividades começaram em 1964, no município de Camaquã (RS), sob o comando de Antônio Carlos Berta e Mara Corrêa Berta. Desde 1982, André Corrêa Berta, filho do casal, administra o criatório, atualmente situado em Arambaré (RS), especializado na raça de bovinos charolês há 58 anos. Somando 45 participações na Expointer, a fazenda dedica-se à seleção genética da raça, oferecendo reprodutores fêmeas e machos, embriões e sêmen para o mercado de todo o país.

Neste ano, o Charolês Figueira conquistou a principal premiação da raça charolês na Expointer: o Grande Campeão macho (Jotabe Pelican, bicampeão). No ano passado, o criatório alcançou as duas rosetas mais importantes da competição. Em 2019, ganhou a roseta de Grande Campeã fêmea e, em 2018, alcançou ambas as premiações máximas da raça charolês.

“Essa premiação nos dá um atestado, nos dá uma valorização, tanto para os animais quanto para o criatório. Isso vai fixando a referência que o criatório tem no mercado”, afirma André Berta.

Os investimentos para uma operação como a Expointer são altos. De acordo com Berta, um animal em preparo na sua fazenda envolve gastos anuais entre R$ 5 mil e 10 mil, incluindo nutrição, trato, treinamento para caminhar e desfilar, além dos custos com a logística de vinda para o parque, com a alimentação e a estadia dos trabalhadores. Apesar de ser uma operação custosa, são investimentos que obtêm um retorno financeiro a curto e a médio prazo, principalmente quando os animais selecionados ganham os campeonatos da raça.

Quando vendidos, esses animais alcançam um maior valor agregado e, se mantidos na fazenda, seus filhos e filhas também acabam mais valorizados, pois são frutos de uma linhagem consagrada, certificada em exposições e aprovada pelo mercado. No ano passado, a Grande Campeã fêmea do Charolês Figueira, por exemplo, foi vendida por R$ 150 mil, um retorno direto dos investimentos realizados pela cabanha e um valor de referência para a venda de outros reprodutores rústicos na fazenda.

Além da venda dos indivíduos, dos filhos, dos embriões e do sêmen desses animais, o retorno financeiro de uma roseta da Expointer também se dá pelo reconhecimento dos colegas e pela fixação da marca do criatório no mercado. “A Expointer é a vitrine da genética gaúcha para o Brasil e para o mundo, e o prêmio concedido é um multiplicador do teu nome, um amplificador da tua imagem. Representa a coroação do trabalho de um ano inteiro”, destaca Berta.

Trabalho e dedicação consagrados

Criada em 2012, a cabanha Boeck, de Everton Oliveira Boeck, no município de Encruzilhada do Sul (RS), inicialmente dedicava-se à criação de cavalos crioulos. Em 2019, o proprietário começou a investir na criação de bovinos Devon, acessando criatórios importantes da raça e adquirindo genética de alto padrão. Em 2020, na edição virtual da Expointer, devido à pandemia de covid-19, a cabanha foi convidada pela associação para representar a raça Devon em Esteio.

No ano passado, em sua primeira participação no julgamento da Expointer, a cabanha venceu os prêmios de maior destaque da competição: Grande Campeão macho, com o touro Fazendeiro de Santa Alice, e Grande Campeã fêmea, com a vaca Saudade Barão, mãe da Boeck Aurora 3, que alcançou o lugar de Reservada de Grande Campeã. Na competição deste ano, a Cabanha Boeck ganhou mais dois prêmios: Campeão touro e Campeã vaquilhona.

Para participar da Expointer, esses animais necessitam cuidados especiais. Eles ficam em piquetes na propriedade e recebem um tratamento diferenciado pelo cabanheiro – profissional especializado e experiente na área –, responsável por uma série de cuidados: preparação dos animais, descascamentos, medicações, trato diário e controle de peso. De acordo com estimativas e cálculos realizados na sua propriedade, Boeck explica que o custo médio de um touro de zero dias até 24 meses é em torno de R$ 8 mil a 9 mil.

O retorno financeiro desses animais depende da qualidade do indivíduo e de onde foi comercializado, representando, segundo Boeck, um lucro de cerca de 50% a 70% sobre os valores investidos. O touro que recebeu a roseta de Grande Campeão em 2021, por exemplo, foi contratado por uma empresa de biotecnologia para venda de sêmen e está atualmente na empresa, em Uruguaiana (RS). Da Grande Campeã fêmea foram coletados embriões e, hoje, ela está aguardando cria.

Como a criação ainda é recente, o proprietário desenvolve estratégias para acelerar a quantidade e, paralelamente, a qualidade desses animais, por meio da busca por matrizes em cabanhas importantes, investimentos na área e contratação de mão de obra especializada. “As rosetas que conquistamos consagram o nosso trabalho, ao qual estamos nos dedicando demais. Embora a cabanha seja nova, com esses resultados sabemos que estamos no caminho certo”, ressalta Boeck.

Uma feira que rompe fronteiras

A importância da Expointer para os setores da pecuária, da agricultura e do agronegócio é fundamental, e as premiações concedidas colocam os proprietários em posição de destaque no mercado, não somente no Rio Grande do Sul, mas no Brasil e na América Latina. De acordo com o comissário geral da exposição de animais da Expointer, Pablo Charão, a feira tem os melhores animais e a melhor genética de bovinos, ovinos e equinos do Estado e do país.

Vencer um Grande Campeonato nesse espaço valoriza o animal, a propriedade e a genética que a cabanha produz. Ainda que o proprietário não receba uma premiação em dinheiro, esse ganho se dá ao longo de toda a vida do animal. “Uma roseta potencializa esses ganhos e o retorno financeiro com certeza vem, seja pela venda direta, seja pela venda de sêmen dos reprodutores ou dos embriões, no caso das fêmeas”, explica Charão.

Programas de melhoramento genético, avaliação junto à Embrapa, identificação dos melhores animais e multiplicação das genéticas premiadas são alguns dos fatores que contribuem para resultados satisfatórios nas competições. Vencer os disputados prêmios da Expointer representa a valorização dos produtos, uma posição de destaque e o reconhecimento do mercado, impulsionando tanto as vendas dos animais das cabanhas quanto as vendas de material genético.

Rosetas

rosetas expointer 2Na Expointer, são distribuídas 14 tipos de rosetas coloridas - Foto: Fernando Dias/Seapdr

As rosetas, símbolos da vitória dos animais julgados na Expointer, foram criadas na década de 1950 pelo médico veterinário e jornalista Caio Poester, trazendo as cores do Estado do RS (verde, vermelho e amarelo) mescladas às cores azul, violeta e branco.

Segundo o comissário geral da exposição de animais da Expointer, Pablo Charão, para essa edição foram encomendadas 5.986 rosetas. Durante os nove dias de feira, serão distribuídas 5.371 entre os Campeonatos de Categoria, Campeonatos e Grandes Campeonatos.

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