A 69ª Feira do Livro de Porto Alegre, que encerrou ontem (15) na Praça da Alfândega, foi considerada um sucesso pelos organizadores. Além das vendas de livros, o evento proporcionou o encontro de centenas de escritores com o público, fomentou a criação de novos leitores e despertou o debate sobre o financiamento dos eventos culturais no estado.
Neste ano, nas 75 bancas, foram vendidos 211.619 livros. Isso representa uma média de 2.899 livros vendidos por dia em cada um dos postos. A média diária por livreiro é a forma como a Câmara Rio-Grandense do Livro contabiliza os números.
Embora no comparativo com 2022 — especialmente na comercialização diária — uma redução tenha sido registrada (em torno de 6% menos), o resultado é celebrado pela organização. “Tivemos muitos dias com chuva forte, o que se refletiu nas vendas, e ainda assim o público compareceu nas bancas. A Feira foi um sucesso”, destaca o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Maximiliano Ledur. Os números foram apresentados em uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (16), no Z Café.
Um dos diferenciais da Feira em 2023 foi a unificação do horário de abertura das bancas das áreas geral, infantil e juvenil, às 10h todos os dias, com encerramento às 20h. Nas edições passadas, uma parte das bancas abria somente ao meio-dia. Para Ledur, a tendência é a prática se repetir no ano que vem.
No total, a Feira realizou 158 eventos, sendo 123 mesas e bate-papos, 20 apresentações artísticas e 15 oficinas de escrita e literatura. Durante os 20 dias do evento, quase 500 autores estiveram nessas atividades, com uma intensa participação de escritores internacionais, ressalta a coordenadora da programação geral, Sandra La Porta. “Pela primeira vez na história um autor dos Emirados Árabes Unidos esteve na programação da Feira. Isso representa a pluralidade de visões de mundo. Os nossos eventos trouxeram temáticas importantes para o centro dos debates, como a sustentabilidade e o antirracismo”, avalia. “A sensação é de dever cumprido”.
Os auditórios Barbosa Lessa, do Espaço Força e Luz, e do Memorial do Rio Grande do Sul, além do Espaço Petrobras Carlos Urbim, os três locais que receberam a programação geral, tiveram, juntos, público total de 9.152 pessoas.
Na área infantil e juvenil, foram 619 atividades, que envolveram contações de histórias, rodas de conversa na Estação da Acessibilidade e formação de mediadores de leitura. A programação nos espaços Petrobras Carlos Urbim, Jovem Banrisul Vero, Quintal das Histórias/Sulgás e na Praça de Autógrafos, mobilizaram 8.720 alunos, de mais de 300 turmas escolares.
Outro destaque deste ano foi a participação de municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre. Dentro da programação coordenada por Sônia Zanchetta, alunos de Cachoeirinha, Canoas e Esteio estiveram presentes. Além desses, alunos de Morro Reuter e Rolante.
“A equipe da área infantil trabalhou durante vários meses na formação dos mediadores de leitura e na preparação da visitação escolar. Em agosto, iniciamos o agendamento para que os professores pudessem trabalhar com as obras dos autores previamente. Isso fez com que o encontro dos alunos e escritores tenha sido mais proveitoso para todos. Temos ainda a avançar, mas estamos confiantes de que estamos no caminho certo”, comentou Zanchetta.
Os números das sessões de autógrafos novamente impressionaram. Foram 655 encontros agendados, sendo 49 coletivas realizadas no primeiro andar do auditório do Memorial do RS, e 606 individuais, que ocorreram na Praça de Autógrafos Gerdau.
Próxima Feira do Livro
O encontro dos leitores com a Praça da Alfândega já tem data marcada: em 2024, o evento literário que comemora 70 anos ocorrerá de 1º a 17 de novembro.
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