A Justiça Militar Estadual realiza nesta quarta-feira (10), a primeira audiência sobre o caso Rai, torcedor do Grêmio Esportivo Brasil, de Pelotas, que, junto com outros 11, foi vítima de tortura por parte de policiais militares em maio de 2022, em Porto Alegre. Rai Duarte foi quem teve as lesões mais graves e chegou a ficar 116 dias internado, sendo 47 dias na UTI, em estado de coma induzido. No caso dele, trata-se de tortura qualificada.
O fato ocorreu após um jogo entre o clube de Pelotas e o Esporte Clube São José, no Estádio Passo D'Areia. Houve uma confusão entre torcedores na arquibancada e 11 homens foram detidos. Já Rai foi retirado por PMs de dentro do ônibus onde estava com outras pessoas para retornar ao Sul do Estado. Dentro de uma sala do estádio, conforme a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), ele foi agredido.
Ao todo, 17 policiais foram denunciados, a maioria por tortura contra 12 torcedores, mas houve também denúncia por injúria e ameaça. As audiências iriam ocorrer no ano passado, mas foram suspensas e serão retomadas a partir desta quarta-feira. Serão ouvidas cinco vítimas, mas ainda não será a vez do torcedor Rai. Outras audiências ocorrerão nos dias 18 e 25 de abril. Ainda, algumas estão marcadas para maio. A promotora de Justiça Janine Borges Soares, que atua neste caso, diz que os PMs serão ouvidos somente no final da instrução, ainda sem data definida.
“O MPRS está atuando com muita seriedade e dedicação neste caso, não só pela gravidade dos fatos criminosos e em respeito a dor das vítimas, como também, por terem sido praticados justamente por aqueles que devem garantir segurança pública à sociedade“, diz a promotora.
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