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Nilton Moreira - Estrada Iluminada

Nilton Moreira - Estrada Iluminada

Nilton Moreira é inspetor de polícia do RS e mantém coluna com o título Estrada Iluminada em Jornais, Portais e Blogs.

“Policial desequilibrado”

27/09/2019 - 16h33min Nilton Moreira / Foto: Divulgação / Google

Houve tempo que em razão da não globalização ficávamos sabendo dos acontecimentos muito tempo depois e quando nos chegava aos ouvidos, às vezes nem dávamos mais atenção. A repercussão dos fatos ficava atrelada ao local e data que aconteceu.

Há apenas 50 anos estávamos com telefone de manivela, e quando chegou o telex nos sentimos o máximo em tecnologia. Após muito, se falou em microondas e satélite. Depois, houve o salto de qualidade nas comunicações, aparecendo celular e internet.

No âmbito do perfil de comportamentos tínhamos bem definidas pessoas equilibradas e desequilibradas mentalmente. As com distúrbios ficavam confinadas normalmente em sanatórios para tratamento psiquiátrico, e quando liberadas para suas casas se mantinham sob efeito de calmantes fortíssimos. Hoje, graças ao avanço da medicina e do entendimento mais aprofundado a respeito de cada perfil psicológico, podemos desempenhar nossas funções normalmente, embora ingerindo medicamentos controlados, já que causam pouco efeito colateral.

Não é mais possível esconder acontecimentos, visto a conexão global. Todos sabem da vida de todos, principalmente nas pequenas cidades, e o que era escondido ou censurado passou a ser inspiração para novelas dos mais diversos canais. Vemos a violência estampada nas televisões mostrando tudo sobre maldade nos canais abertos, dando parâmetros a quem tiver intenção de cometer crimes. A televisão passou de diversão e informação para escola explicativa de como articular delitos para quem não sabe.

Os conteúdos religiosos passaram a ter mais publicidade e as manifestações sejam espirituais do bem, demoníacas ou de ordem psíquica, são abordadas sem espanto, e o leigo instruiu-se e pode também opinar e comentar o perfil de cada manifestação.

Mas, recentemente, chamou atenção dos novelistas ou daqueles que apenas leem os resumos em revistas, a conduta do policial Camilo, o qual até certo curso do drama mostrava-se equilibrado, responsável e um ótimo colega, além de imparcial nas investigações, e de uma hora para outra mudou, passando ser agressivo e obcecado pelo amor da sua vida, e resolveu partir para ameaças, chantagem emocional, perdendo o controle por incapacidade de saber lidar com seus sentimentos de traição conjugal, tendo de ser inclusive, chamado atenção por seu superior, delegado chefe.

Na vida real não é diferente e desde o tempo que Jesus esteve por aqui, guardiões do estado cometem deslizes como mencionado biblicamente em João 19. Desequilíbrios, neuroses, ciúmes, descontentamento, acontece em várias profissões, e policiais não estão livres de serem atingidos por estafas, estresses que pode levar uma minoria desses defensores da Lei a desencadear comportamento inadequado, principalmente ao ser acometido por ansiedade, angustia, desilusão, desprestígio, solidão e outros sentimentos. Dai, muitos enveredam para o álcool ou antidepressivos, que vai influir diretamente na conduta e profissão. Alguns infelizmente partem para o suicídio por não verem saída para seus problemas.

O personagem policial Camilo é obcecado pela personagem modelo Vivi. Parece não ser amor, mas é, pois já vi e acredito no amor com diversos matizes. Felizmente tal perfil parece ser só ficção, restando aos novelistas assistir se as consequências do comportamento do “policial desiquilibrado” Camilo, encontra relação com a vida real ou não. Muita paz a todos.

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